Economista acredita que delação premiada de Cunha “teria potencial enorme de estrago”

  • Por Jovem Pan
  • 13/06/2016 11h35
Eduardo Mainardi/Jovem Pan

O cerco contra Eduardo Cunha está se fechando. Nesta segunda-feira (13), o presidente afastado da Câmara dos Deputados perdeu o apoio do Palácio do Planalto, da cúpula do PMDB e do Centrão e pode acabar tendo seu mandato cassado, o que aumenta as chances do carioca ser preso. O comentarista econômico do “Manhattan Connection”, Ricardo Amorim, acredita que Cunha não vai conseguir se livrar da cadeia e aponta que uma delação premiada do político teria “um potencial enorme de estrago”.

Mesmo cravando que Cunha está num beco sem saída contra a sua cassação e consequente prisão, Amorim afirma que o processo provavelmente será demorado por conta da influência que o deputado possui dentro do congresso.

“Acho que a chance dele acabar preso é maior do que pedir música no Fantástico, mas não será rápido. O que o último ano ensinou é que ele é mais liso que sabão. Ele tem muita influência no congresso e provavelmente irá dificultar a prisão”, explicou.

Com a corda no pescoço, Cunha pode acabar seguindo o mesmo caminho do senador Delcídio Amaral e pedir um acordo de delação premiada para deixar sua pena mais leve. “Se acontecer, as delações anteriores parecerão fichinha. O potencial de estrago de uma possível delação do Cunha é enorme”, completou.

Perguntado sobre o atual status do ex-presidente Lula frente à população, Amorim revela a sensação de que o líder petista terminará como vilão para a maioria, mas que ainda contará com admiradores.

“Você olha para três, quatro anos atrás e percebe como a popularidade de Lula caiu até mesmo entre os mais humildes”, contextuou. “Eu acho que terminará como vilão. Vai continuar tendo muita gente a admirá-lo, mas cada vez o número é menor. Eu o vejo como um cara de habilidade política ímpar, mas que usou isso para controlar o poder de modo próprio e partidário. Teve a sabedoria de manter os avanços de política econômica e social do governo anterior, algo que Dilma não repetiu”

Para o economista, Dilma não teve habilidade para comandar o país e pecou em conseguir destruir todos os avanços que Fernando Henrique Cardosos e Lula fizeram na economia nos últimos anos. Sobre uma possível volta da presidente afastada ao poder, o escritor diz que caso aconteça, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) irá intervir e cassar o mandato.

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